quinta-feira, 13 de agosto de 2020

De volta, na quarentena

 E não é que essa coisa de ficar em casa, sem poder sair, acaba fazendo a gente voltar no tempo e abraçar de novo aquilo que ficou perdido no tempo? 

Volto a estudar, a tentar entender essa arte que tanto amo, apesar de ter andando preguiçosa de fazer juz a esse amor.

Que a caminhada vai ser divertida eu já sei. E que meu olhar vai ser expandir, seis mais ainda. Dizem que o que se consegue numa foto é a representação do que se  tem dentro do coração e mente. 

Foto de hoje, tirada com celular e editada no Lightroom. Minha primeira dessa nova fase. Que seja de luz. Em todos os sentidos da palavra.


sábado, 27 de agosto de 2016

O "olho"






Recentemente o usuário 2manyToys, do Reddit, fez o upload de algumas imagens que mostram as diferenças entre as pessoas comuns e fotógrafos profissionais. 
Escolhi duas delas para exemplificar o assunto que mais tem me interessado nos estudos de fotografia: o olhar fotográfico.
Fã incondicional de Chris Orwig e seu "Poesia Visual", leio e releio o livro, como se quisesse absorver as idéias e os sentimentos que brotam dele. Algumas dessas idéias estão nessas fotos.
Olhando as fotos das pessoas não envolvidas com fotografia, os locais clicados não me pareceriam, nem de leve, locais que usaria como fundo para fotografar pessoas. 

São três fotos duplas. 

Cada dupla, no mesmo lugar.

Comparando as fotos de cada dupla, você percebe que chegar mais perto, mudar o ângulo e cuidar da luz produz belezas que você não imaginaria, a não ser que estivesse realmente "olhando" o que aparecia à sua frente.


Para quem tiver curiosidade, mais fotos no link:


http://amorpelafotografia.com/post/2504/o-mesmo-local-na-visao-de-pessoas-comuns-x-fotografos.html


E, como sempre, "olho vivo". A gente nunca sabe quando a foto dos sonhos pode estar à nossa fr
ente
!



quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Foi sem querer


Era aniversário de um dos netos, no clube.
Dia de festa para avó, é, com certeza, dia de correria.
Como sou a "fotógrafa" oficial da família ( formada de pessoas que rotineiramente sugerem, no meio de bate-papos, que eu não aproveito os eventos direito porque me preocupo em fotografar e não em me divertir .... mas sempre pedem fotos no dia seguinte, porque "não fotografei nadinha!"), ajudar as mães com a logística e não perder um momento bonito da festa deixam o cérebro meio desatento.

Essa foto foi tirada num repente. O aniversariante vinha por um caminho de pedra, com a quadra de basquete atrás. Uma árvore fazia sombra no caminho.
Confesso que gostei dela, embora tenha vários erros que os livros consideram imperdoáveis: cortei a copa da árvore, não foquei no meu gatinho lindo, não alinhei o final do caminho com os cantos inferiores da foto. Também errei na regulagem da maquina. O meu fofinho ficou muito escuro.
Muitas dessas coisas, um bom programa pode dar um "quase-jeito".
Mas, cada vez que vejo uma foto assim, me vem na cabeça a idéia de estudar mais, fotografar mais, prestar mais atenção ainda, mesmo no burburinho de uma festa infantil.
Não gosto de tratar fotos. É como passar roupa. Se faz quando é muito importante. Pelo menos comigo é assim. Roupa que amassa, só se for "aquela" roupa.
Imagina que delícia não deve ser tirar ótimas fotos, sem precisar dos photoshops da vida!
Tirou, olhou, gostou!
Mas, independente da qualidade da imagem, ela me chamou a atenção e aqueceu o coração.
Me passou a idéia de um pequeno ser, caminhando firme e feliz em direção ao seu futuro, protegido pela sombra da árvore (quem sabe representando todos nós, que estamos por perto, olhando por ele), num caminho que pode até ter suas curvas, mas leva direto para o amor (eu e minha máquina, no final da ultima pedra, onde ele ganhou um longo abraço e admirou a si mesmo na foto).
Não foi uma foto tão ruim assim ...

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A foto e o tempo


Faz pouco tempo que eu fiz essa foto.
Gostei dela porque mostra cada marca das dores e das alegrias na vida da minha mãe.

Sim, das alegrias também, porque sorrisos bem dados também deixam marcas no rosto. Gargalhadas então, ainda mais!
Experimenta sorrir com gosto enquanto olha no espelho!
E não vale ficar com medo de sorrir por causa disso, porque a falta de sorriso deixa marcas mais profundas ainda, e não só no rosto.

Está vendo as três rugas mais profundas, do lado do olho?
Devem estar lá pelas vezes que ela sorriu por dentro e por fora, quando soube de alguma coisa boa que aconteceu com um dos três filhos.
As debaixo do olho podem ter vindo do choro de emoção pelas conquistas dos nove netos.
As menorzinhas, pelas risadas que deu com os quatro bisnetos.
Tem aí alguma e outra pelas dores que todo ser passa nessa vida.
Mas o olhar doce e o quase sorriso no rosto mostram a confiança de quem viveu muito bem a própria vida. De quem soube escolher o seu caminho, curtir cada momento e se manter independente e forte, na tempestade e na alegria de um sol quente no céu azul.

Amamos você, querida!



quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Luz





Deitada no sofá, lendo um livro, com o celular por perto. Uma luz quente aparece pela janela da sala e me deixa, como sempre, maravilhada. Tudo lá fora estava avermelhado, por causa do sol, que se ia indo.
Peguei o celular e bati a primeira foto. Ao olhar no visor, nada daquele vermelho que me fazia sorrir só por existir aparecia nela.
Lembrei: o foco!!!
Foquei então dentro de casa, um pouco abaixo da janela e consegui a segunda foto, que estava mais "rubra", mas nem de perto o que era a paisagem de verdade.
O calor não saiu nas fotos.
Não deu para fazer outra tentativa, porque o telefone tocou e quando voltei (papo de mulher no telefone demora!), a cor já era outra (tempestade chegando).
Olhando agora, e lembrando o que andei estudando, imagino que a luz do sol lá fora deveria fazer meu sensor pensar que tinha muita luz lá fora e então diminuir a entrada de luz.
Na primeira, foquei no meio da janela e tudo ficou claro demais.
Na segunda, foquei dentro de casa, num lugar mais escuro, e a foto veio mais escura e quente que a primeira.
Não entendi ainda a lógica da coisa. Na minha cabeça a coisa deveria ser inversa.
Mas, na minha intuição e na pressa de não perder o momento, ao perceber a brancura da primeira foto, procurei um lugar que eu pensava ser mais escuro para focar.
Lá vou eu estudar e perguntar sobre o assunto a quem entende.
Estou com isso na cabeça o dia todo.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Óbvio!

Hoje também não tem foto.
Passadas as festas (ou quase, já que ainda tem um aniversário hoje), tirei muitas fotos, mas não tive tempo de passar para o pc.
Mas, uma coisa vem me intrigando desde ontem de manhã, quando tomávamos café na pousada onde fomos passar o ano novo.
Crianças elétricas, correndo para todo lado, consegui entreter o Theo com uma brincadeira de contar coisas nos quadros que adornavam o lugar.
Eram quadros muito grandes, com frutas bem no alto das paredes, que tinham um pé direito bem considerável.
Chegando no quadro das maçãs, ele disse, com convicção: "tem cinco".
Ele já tinha errado o das bananas (eram 36  e ele havia dito 45 - eu deixei barato por que ele ainda se confunde com números maiores do que trinta), mas eu tinha visto três maçãs, e não dava para deixar passar com um número tão pequeno! Disse para ele contar de novo, porque eu achava que estava errado. Ele repetiu duas vezes que eram cinco.
Depois dessa insistência, olhei de novo e enxerguei, por trás das três maçãs de frente, um esboço bem claro de mais duas maçãs atrás delas. Elas estavam meio que sugeridas, com contornos bem enevoados e eu não as havia visto antes.
Me surpreendi com a percepção do meu baixinho e elogiei para a tia artista que estava do lado:
- Olha, ele percebeu duas maçãs que eu não tinha visto! Como ele é esperto!
A tia (minha filha) responde, na cara dura:
- Ele é esperto sim, mas você não viu porque você sempre só vê o óbvio!
"Óbvio" que ouvir um comentário desses no primeiro dia do ano não me deixou feliz! Na hora já comecei a extrapolar a coisa para o cotidiano e para tantas milhares de coisas que deixei passar na vida por "ser" assim.
Mas, isso será objeto de muitas meditações futuras e não cabe aqui.
O que cabe mesmo, é que os livros de fotografia estão certos: é preciso treinar o olhar, se concentrar na imagem, como já falei em um post anterior.
Onde há três maçãs, pode haver cinco. E pronto! Olho vivo!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Natal



Hoje vou me dar o direito de não criticar uma foto. Já vi umas coisinhas erradas nela, mas, o que vale agora é o espírito com que a cena foi criada e amor que eu sentia quando a foto foi tirada.
Feliz Natal para nós!
Gratidão pela vida que tenho, pela minha família, pelo meu espaço, externo e interno. Grata por estar feliz e saber disso!