Hoje também não tem foto.
Passadas as festas (ou quase, já que ainda tem um aniversário hoje), tirei muitas fotos, mas não tive tempo de passar para o pc.
Mas, uma coisa vem me intrigando desde ontem de manhã, quando tomávamos café na pousada onde fomos passar o ano novo.
Crianças elétricas, correndo para todo lado, consegui entreter o Theo com uma brincadeira de contar coisas nos quadros que adornavam o lugar.
Eram quadros muito grandes, com frutas bem no alto das paredes, que tinham um pé direito bem considerável.
Chegando no quadro das maçãs, ele disse, com convicção: "tem cinco".
Ele já tinha errado o das bananas (eram 36 e ele havia dito 45 - eu deixei barato por que ele ainda se confunde com números maiores do que trinta), mas eu tinha visto três maçãs, e não dava para deixar passar com um número tão pequeno! Disse para ele contar de novo, porque eu achava que estava errado. Ele repetiu duas vezes que eram cinco.
Depois dessa insistência, olhei de novo e enxerguei, por trás das três maçãs de frente, um esboço bem claro de mais duas maçãs atrás delas. Elas estavam meio que sugeridas, com contornos bem enevoados e eu não as havia visto antes.
Me surpreendi com a percepção do meu baixinho e elogiei para a tia artista que estava do lado:
- Olha, ele percebeu duas maçãs que eu não tinha visto! Como ele é esperto!
A tia (minha filha) responde, na cara dura:
- Ele é esperto sim, mas você não viu porque você sempre só vê o óbvio!
"Óbvio" que ouvir um comentário desses no primeiro dia do ano não me deixou feliz! Na hora já comecei a extrapolar a coisa para o cotidiano e para tantas milhares de coisas que deixei passar na vida por "ser" assim.
Mas, isso será objeto de muitas meditações futuras e não cabe aqui.
O que cabe mesmo, é que os livros de fotografia estão certos: é preciso treinar o olhar, se concentrar na imagem, como já falei em um post anterior.
Onde há três maçãs, pode haver cinco. E pronto! Olho vivo!