segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O lance da perspectiva

Estive (re)lendo os capítulos iniciais do livro do Tom Ang (Fotografia Digital passo a passo - 2011) esses dias. Muita informação sobre composição, escolha de tema, se movimentar através do espaço para clicar ângulos diferentes da mesma cena, perspectiva, linhas.
Tudo estava se misturando no meu cérebro e formando um "big-bang" pronto a se expandir.
De repente, não mais que de repente, uma janela me atrai.
Estava sem máquina, mas o celular estava ali, como um parceiro difícil, mas disponível para o affair. Ainda não me sinto com a facilidade que a molecada hoje em dia tem de clicar uma foto num celular sem tremer aquele aparelho tão leve e tão desajeitado para segurar. Falta empunhadura, mas isso todo mundo sabe.
Pensei comigo, na hora: se tanta gente consegue, tentar até conseguir, mesmo que demore, não pode ser uma coisa tão terrível assim. A imagem está me chamando!

Voltando à janela: linhas e mais linhas, e coisas por trás dela.
Brinquei de ir e vir, de abaixar e levantar, de andar para a esquerda e para a direita.
Fiz muita foto ruim! Muitas mais do que meu ego leonino poderia suportar nos velhos tempos. Mas o yoga está me ensinando que tudo é impermanente, logo, minha inabilidade deve ser também.

Vamos ver a primeira aceitável: foi a melhor nesse ângulo. Mas, pensei haver olhado com cuidado o que via na tela do celular e, ao olhar a foto, descobri que as linhas do vidro haviam ficado tortas e que, nas laterais, pequenos itens extras acabaram por chamar mais atenção do que o contraste verde/branco que eu queria mostrar através do vidro.  Na segunda foto, as linhas estão bem horizontais, mas eu não percebi no visor que estava captando também parte de uma cadeira, que, realmente, está me incomodando muito. Podia  ter deixado a escora de madeira um pouco mais para a esquerda, levando a maquina um pouco mais para a direita.. A estética seria bem melhor. Ou, para tirar a cadeira do espaço, levar o celular  mais para a esquerda, deixando a escora no terço direito da foto.





As roupas balançando ao vento lá no fundo me chamaram a atenção. Dessa vez, queria mais vidro e apenas uma sugestão do que havia por trás dele. A primeira ficou torta, novamente. Percebi logo que vi a foto e tentei mais algumas vezes até que fiz essa última aí embaixo.





Tenho certeza que haveria mais mil modos de enxergar a cena (inclusive muitos que não pegariam a ponta da esquadria da janela à direita e que talvez não colocassem a coluna tão no meio e que mostrassem o gancho da rede inteiro ou o escondessem, e  que não cortariam a bermuda à direita, rsrsrs). Mas, depois dessa foto, achei que era hora de apreciar minha pequena evolução e relaxar. Foi bom.




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