quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Luz





Deitada no sofá, lendo um livro, com o celular por perto. Uma luz quente aparece pela janela da sala e me deixa, como sempre, maravilhada. Tudo lá fora estava avermelhado, por causa do sol, que se ia indo.
Peguei o celular e bati a primeira foto. Ao olhar no visor, nada daquele vermelho que me fazia sorrir só por existir aparecia nela.
Lembrei: o foco!!!
Foquei então dentro de casa, um pouco abaixo da janela e consegui a segunda foto, que estava mais "rubra", mas nem de perto o que era a paisagem de verdade.
O calor não saiu nas fotos.
Não deu para fazer outra tentativa, porque o telefone tocou e quando voltei (papo de mulher no telefone demora!), a cor já era outra (tempestade chegando).
Olhando agora, e lembrando o que andei estudando, imagino que a luz do sol lá fora deveria fazer meu sensor pensar que tinha muita luz lá fora e então diminuir a entrada de luz.
Na primeira, foquei no meio da janela e tudo ficou claro demais.
Na segunda, foquei dentro de casa, num lugar mais escuro, e a foto veio mais escura e quente que a primeira.
Não entendi ainda a lógica da coisa. Na minha cabeça a coisa deveria ser inversa.
Mas, na minha intuição e na pressa de não perder o momento, ao perceber a brancura da primeira foto, procurei um lugar que eu pensava ser mais escuro para focar.
Lá vou eu estudar e perguntar sobre o assunto a quem entende.
Estou com isso na cabeça o dia todo.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Óbvio!

Hoje também não tem foto.
Passadas as festas (ou quase, já que ainda tem um aniversário hoje), tirei muitas fotos, mas não tive tempo de passar para o pc.
Mas, uma coisa vem me intrigando desde ontem de manhã, quando tomávamos café na pousada onde fomos passar o ano novo.
Crianças elétricas, correndo para todo lado, consegui entreter o Theo com uma brincadeira de contar coisas nos quadros que adornavam o lugar.
Eram quadros muito grandes, com frutas bem no alto das paredes, que tinham um pé direito bem considerável.
Chegando no quadro das maçãs, ele disse, com convicção: "tem cinco".
Ele já tinha errado o das bananas (eram 36  e ele havia dito 45 - eu deixei barato por que ele ainda se confunde com números maiores do que trinta), mas eu tinha visto três maçãs, e não dava para deixar passar com um número tão pequeno! Disse para ele contar de novo, porque eu achava que estava errado. Ele repetiu duas vezes que eram cinco.
Depois dessa insistência, olhei de novo e enxerguei, por trás das três maçãs de frente, um esboço bem claro de mais duas maçãs atrás delas. Elas estavam meio que sugeridas, com contornos bem enevoados e eu não as havia visto antes.
Me surpreendi com a percepção do meu baixinho e elogiei para a tia artista que estava do lado:
- Olha, ele percebeu duas maçãs que eu não tinha visto! Como ele é esperto!
A tia (minha filha) responde, na cara dura:
- Ele é esperto sim, mas você não viu porque você sempre só vê o óbvio!
"Óbvio" que ouvir um comentário desses no primeiro dia do ano não me deixou feliz! Na hora já comecei a extrapolar a coisa para o cotidiano e para tantas milhares de coisas que deixei passar na vida por "ser" assim.
Mas, isso será objeto de muitas meditações futuras e não cabe aqui.
O que cabe mesmo, é que os livros de fotografia estão certos: é preciso treinar o olhar, se concentrar na imagem, como já falei em um post anterior.
Onde há três maçãs, pode haver cinco. E pronto! Olho vivo!